sábado, 24 de setembro de 2011

LADO-A-LADO

Posso chorar
Posso sorrir
E te matar
E me ferir          
Mas no meu gosto
Meu desgosto
Ninguém vai interferir
Tenho as setas
Direções
Contra mão
meus arranhões, meu caminho, destino e
desatinados descaminhos.
Aos grilhões, eles só me prendem,
me torturam, me tonteiam
mas não derrubam.
Minha cama eu mesma faço
Desfaço os laços que já criei
Deixo desejos em coma
por lugares onde nunca passarei.
Se resumo, me consumo.
Sou inteira, intensa e toda
E se consumida por essa derradeira solidão
Bato os pés com força
intimido o ego de quem diz ser infantil
minha doce ilusão.
Por vezes, sei, vou me escurecendo,
obscurecendo
ofuscando meus desejos,
silenciando sentidos
Parar dar voz aos caprichos,
até o dia em que de tanto me curvar, tocarei o chão.
Não o chão dos decaídos, enfraquecidos, esquecidos e exilados
encarcerados em suas próprias paixões.
Tocarei o chão dos céus dos que quase tudo viram
 simplesmente por terem sentido.
E nesse dia,
Arrancarei seus pés do pedestal de arame que criaste
e você solto
sem amarras, pedestal, arame e farpas
Entenderá o lado que escolhi viver.
Livre de si mesmo
Se livrará dos grilhões que te torturam
e que me tonteiam
e talvez passe a entender que também podes chorar
Podes sorrir
E me matar 
e me ferir.
Pois agora os seus gostos seus desgostos,
Fazem eco com meus sons
meus sonhos coloridos e seus tons enfurecidos
Sem ferrugem
Ranhuras e agruras
Só eco,
Sintonia
Maestria
Ritmo
Compasso
Passo
Laço.
Lado-a-lado
Abraço
Mão.

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